Não falta dinheiro na <em>CP</em>
«Só para o trabalhador comum é que não há dinheiro», protesta a Comissão de Trabalhadores da CP, no seu boletim «À Tabela», em distribuição, e no qual são denunciados factos que contrariam o discurso oficial da gerência, sobre as dificuldades económicas.
«Conscientes de que o seu tempo chegou ao fim, o Governo da direita e os seus homens de mão, na CP, tratam de nomear o maior número de boys, todos eles muito bem pagos, para que os lugares de controlo fiquem todos ocupados», acusa a CT, notando que «o que estes estão a fazer agora já os outros tinham feito antes».
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário tinha já chamado a atenção para os cerca de 8 milhões de euros que a CP orçamentou para gastos de publicidade, bem como para o milhão de euros que, nos últimos dois anos, foi despendido em novos automóveis de serviço. Foi igualmente denunciado o acordo de patrocínio, firmado com a Liga de Clubes Profissionais de Futebol, que terá custado 50 mil contos (250 mil euros) à CP e que oferece viagens gratuitas nos comboios a jogadores e dirigentes, por um lado, e ingressos nos jogos aos mais altos responsáveis da empresa.
Imagem cara
A propósito das nomeações, a CT vem afirmar que «o maior escândalo a que estamos a assistir verifica-se na área da comunicação e marketing<, para onde têm sido nomeados chefes e mais chefes, que não têm ninguém para chefiar» e que «para que nem tudo pareça clientelismo nem amiguismo indisfarçáveis, lá se vão arrumando também alguns parceiros da dita alternância».
Como exemplos, são referidos alguns casos:
- um senhor que fora afastado por lesar a CP (dava aulas nas horas em que devia estar ao serviço da empresa) foi recentemente promovido à categoria de administrador do Regional;
- outro, «por ser padrinho de casamento de um administrador», foi nomeado membro de uma Comissão Executiva;
- a esposa de um vogal do Conselho de Gerência foi nomeada vice-presidente da Comissão Executiva do Regional;
- um senhor ligado à área da Educação, nos últimos dois anos, «foi enfiado à pressão noa quadros da CP, com um vencimento de primeira classe»;
- uma menina foi «admitida à pressa» na secção de imagem, «porque a empresa em que trabalhava estava a fechar».
«Uma verdadeira vergonha» é, denuncia a CT, a contratação do novo porta-voz da Gerência, que fez a sua apresentação no dia 1, durante a concentração de trabalhadores na sede da empresa. Bruno Martins foi admitido nos quadros da CP, com o estatuto de director de departamento de Nível I, em regime de comissão de serviço e isenção de horário. A CT salienta que esta é uma situação que «muitos engenheiros e quadros ferroviários, com muitos anos de serviço, ainda não conseguiram», mas que aquele jovem, mesmo sem o ser bacharel, foi admitido na carreira de bacharéis e «foi, de imediato, nomeado para a chefia do Gabinete de Imprensa e Relações Públicas, com o vencimento de 800 contos por mês».
A admissão ocorreu «apenas com base no curriculum» apresentado, pois «não houve concurso de espécie alguma».
A CT gostaria ainda de «saber para que vai servir esta aquisição, quando é sabido que o sector de comunicação, relações públicas e marketing já tem funcionários na prateleira».
Na mesma CP, o Conselho de Gerência recusa à generalidade dos trabalhadores o direito a uma justa actualização salarial. As remunerações deveriam ser aumentadas a partir de 1 de Fevereiro. A proposta sindical para negociação foi apresentada em Novembro e deveria, por lei, ter uma resposta em 30 dias. Mas o CG insiste em só querer iniciar as negociações no dia 2 de Março.
«Conscientes de que o seu tempo chegou ao fim, o Governo da direita e os seus homens de mão, na CP, tratam de nomear o maior número de boys, todos eles muito bem pagos, para que os lugares de controlo fiquem todos ocupados», acusa a CT, notando que «o que estes estão a fazer agora já os outros tinham feito antes».
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário tinha já chamado a atenção para os cerca de 8 milhões de euros que a CP orçamentou para gastos de publicidade, bem como para o milhão de euros que, nos últimos dois anos, foi despendido em novos automóveis de serviço. Foi igualmente denunciado o acordo de patrocínio, firmado com a Liga de Clubes Profissionais de Futebol, que terá custado 50 mil contos (250 mil euros) à CP e que oferece viagens gratuitas nos comboios a jogadores e dirigentes, por um lado, e ingressos nos jogos aos mais altos responsáveis da empresa.
Imagem cara
A propósito das nomeações, a CT vem afirmar que «o maior escândalo a que estamos a assistir verifica-se na área da comunicação e marketing<, para onde têm sido nomeados chefes e mais chefes, que não têm ninguém para chefiar» e que «para que nem tudo pareça clientelismo nem amiguismo indisfarçáveis, lá se vão arrumando também alguns parceiros da dita alternância».
Como exemplos, são referidos alguns casos:
- um senhor que fora afastado por lesar a CP (dava aulas nas horas em que devia estar ao serviço da empresa) foi recentemente promovido à categoria de administrador do Regional;
- outro, «por ser padrinho de casamento de um administrador», foi nomeado membro de uma Comissão Executiva;
- a esposa de um vogal do Conselho de Gerência foi nomeada vice-presidente da Comissão Executiva do Regional;
- um senhor ligado à área da Educação, nos últimos dois anos, «foi enfiado à pressão noa quadros da CP, com um vencimento de primeira classe»;
- uma menina foi «admitida à pressa» na secção de imagem, «porque a empresa em que trabalhava estava a fechar».
«Uma verdadeira vergonha» é, denuncia a CT, a contratação do novo porta-voz da Gerência, que fez a sua apresentação no dia 1, durante a concentração de trabalhadores na sede da empresa. Bruno Martins foi admitido nos quadros da CP, com o estatuto de director de departamento de Nível I, em regime de comissão de serviço e isenção de horário. A CT salienta que esta é uma situação que «muitos engenheiros e quadros ferroviários, com muitos anos de serviço, ainda não conseguiram», mas que aquele jovem, mesmo sem o ser bacharel, foi admitido na carreira de bacharéis e «foi, de imediato, nomeado para a chefia do Gabinete de Imprensa e Relações Públicas, com o vencimento de 800 contos por mês».
A admissão ocorreu «apenas com base no curriculum» apresentado, pois «não houve concurso de espécie alguma».
A CT gostaria ainda de «saber para que vai servir esta aquisição, quando é sabido que o sector de comunicação, relações públicas e marketing já tem funcionários na prateleira».
Na mesma CP, o Conselho de Gerência recusa à generalidade dos trabalhadores o direito a uma justa actualização salarial. As remunerações deveriam ser aumentadas a partir de 1 de Fevereiro. A proposta sindical para negociação foi apresentada em Novembro e deveria, por lei, ter uma resposta em 30 dias. Mas o CG insiste em só querer iniciar as negociações no dia 2 de Março.